quinta-feira, 24 de setembro de 2009

i want to be a writer

O escritor pode escrever o que bem entender. Pode escrever errado, porque pode acreditar que não há necessidade de existir tantos “porquês”, simplesmente os necessários e fim de papo. Pode não utilizar termos cultos todo o tempo, afinal, não é nenhuma enciclopédia, nem um dicionário ambulante...
O escritor tem tanta soberania que pode escrever o que quiser e nem se prestar a uma explicação sequer. Pode entrar para a posteridade e deixar enigmas que a sociedade jamais conseguirá decifrar. No entanto, venera-o pela sua própria ignorância de não estar entendendo nada do que ele quis dizer. O ruim do trabalho do escritor é que, muitas vezes, a obra, por ter uma qualidade indiscutível, só é valorizada quando o autor já não pode mais se vangloriar. Ou menos mau, quando o escritor esperou a vida inteira (de inúmeros trabalhos, claro) para ser reconhecido e ocupar alguma cadeira de uma Academia qualquer. Como se fizesse muita diferença ser prestigiado em casa ou numa cadeira numa academia...
Yes, I want to be a writer. Quero que meus filhos (que não nasceram) e que meus amigos (que podem não estar vivos até lá) vejam minhas obras e digam: “It wanted to be a Writer”. E quem sabe, sintam falta de minha chatice e ranzinzice e deixem escapar uma lágrima dos olhos. Meu corpo se revirará em seu túmulo de euforia, pelo reconhecimento.
Yes, I want to be a writer. E no momento em que escrevo isso, penso: será que assim será? Amém? Será que o que estou escrevendo no momento e que alguém possivelmente estará lendo (porque se não existir o receptor/leitor, não existe interlocutor/escritor e menos ainda a mensagem/obra), graças a Deus, realmente vingará? Será que um dia estará publicado ou será apenas mais um livro das livrarias, que a gente passa despercebido?
No, I don’t want to be unnoticed. Eu quero crescer. Prefiro livro nenhum em livraria ou banca de revista. Melhor estar nas mãos dos amigos e talvez dos filhos. E aí, talvez eu possa ser reconhecido: “foi amigo de um antepassado...” Parece piada! Porém, eu tenho que confessar: tenho vontade de escrever quando recebo visita ou quando viro visita, ou quando estou ocupado fazendo trabalhos domésticos (Arg!) ou quando estou no trânsito... Não dá certo! As idéias vêm, eu as monto, dou vida e lãs vão embora depois, as traidoras! Mas eu sei que ainda realizarei sonhos e publicarei um livro.
Yes, I will be a writer!

3 comentários:

  1. Escritor é quem escreve, não necessariamente quem publica. E você escreve (bem), portanto é escritora. A ordem dos fatores é essa. Primeiro o desejo de escrever por escrever. Depois, talvez, publicar. O contrário é mercenário. Parabéns pelo blog.

    ResponderExcluir
  2. Hum, que legal aqui! Brigada pela visita, também te adicionei. Beijo!

    ResponderExcluir
  3. No mundo isso acontece basicamente com tantos outros profissionais, tão humanos e importantes quanto grandes escritores.Infelizmente quase sempre, só valemos o que temos ou quando neste mundo não mais estamos. Você já é muito admirada e seu ponto de vista crítico já o é digno de aplausos. Parabéns pela pessoa que és! Muitos beijos! Rejane Margarete.

    ResponderExcluir